terça-feira, 26 de abril de 2011

Episódio da escola do Realengo no Rio é grave problema para segurança pública

 
 
Uma questão que está na ordem do dia e que precisa de fato ser objeto de uma reflexão clara e sensata é o problema da segurança, que surgiu com o assassinato das crianças na escola do realengo no Rio de Janeiro. Em primeiro lugar temos que levar em conta, quando se fala em segurança, o aspecto coletivo, a segurança da coletividade. Em segundo lugar temos que levar em conta a segurança comunitária. Se aquela é ampla e às vezes abarca um país, ou um Estado, já a segurança comunitária recai sobre um número menor de pessoas que moram num bairro ou comunidade pequena. E finalmente nós temos a segurança pessoal, a segurança dos indivíduos, a segurança do cidadão.

Um país como o Brasil, o problema da segurança é muito complexo e de fato exige uma analise bem profunda, pois por ser um país continental não temos uma organização política capaz de atender, plenamente, as exigências do nosso povo, da nossa população, espalhada por todo o nosso território. Aí verificamos que os próprios instrumentos governamentais para ação policial, para ação de segurança são muitos deficitários, são muitos fracos. 

Num país como a Suíça dificilmente um criminoso invade uma escola ou invade um hospital, por que essas hipóteses não vão existir com certa facilidade em virtude da cultura e da base educacional daquele povo. Mas por outro lado também não ocorre por que na Suíça há meios de enfrentar os criminosos de forma efetiva e eficiente, o que não acontece no Brasil.

Se o cidadão não tiver meios de se defender contra a ação ilegal de um individuo, que adquire armas ilegalmente e com facilidade em um país inserido na América do Sul, ele será realmente objeto de graves conseqüências e pode ser mesmo levado a morte.
No Brasil a arma tem outro sentido. Falar em desarmamento no Brasil é um absurdo, porque se você desarma os homens conceituados, os homens sérios, os homens íntegros, mas não consegue desarmar os criminosos nem as quadrilhas, vai acontecer o seguinte: as pessoas sérias e dignas ficam sem armas para se defender e o criminoso e as quadrilhas ficam bem armadas para atacar, matar e causar prejuízos a todas as pessoas. De modo que entendemos que nesta hora o que se deve fazer é realmente promover uma política de segurança em que a entregue de armas seja para pessoas sérias, a pessoas que realmente terão capacidade de usá-las e combater de forma muito eficiente o tráfico de armas ilegal, sobretudo vindo de países que sabemos onde a ordem política é muito fraca, dentro do território da América do Sul.

Fazer uma consulta a população para saber se deve ou não vender ou distribuir armas num país como o Brasil, é correr o risco de tentar tirar as armas dos homens sérios, é deixar as nossas famílias e as nossas casas entregues a graves riscos com as armas dos assaltantes. E também nos territórios, sobretudo os territórios rurais, onde os episódios de quase guerrilha ocorrem, os riscos seriam maiores. De modo que nós nos colocamos contra essa consulta popular porque ela não tem sentido e vai revelar, da parte do governo, uma tendência altamente perigosa de desarmar as pessoas que precisam de armas para se defender pessoalmente, defender sua comunidade e participar do esforço de segurança e manutenção da ordem em todo o país.

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