quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A influência estrangeira na identidade cultural brasileira

Num País com as nossas condições sociais, a defesa da cultura com seus valores próprios e os modos de agir do povo constituem o imperativo político governamental de que não se pode afastar. No Brasil, em nosso tempo, são poderosas as influências da globalização no sentido de submeter à vida cultural às exigências das forças internacionalizantes.

Sob os aspectos econômico e político, o problema está sob debates plenamente conhecidos e bem amplos perante a opinião pública. Os aspectos psicossociais da cultura, a sua própria substância, enfrentam, a nosso ver, pressões externas que não podemos desconhecer, como a atuação de certos países, especialmente da indústria norte-americana, e de outros países de maior desenvolvimento do exterior, que pretendem dominar nossa cultura para se beneficiar política e economicamente.

Primeiro, a língua falada no Brasil, depois, as artes, de um modo geral, e, particularmente, a música vêm sofrendo uma eficiente agressão do exterior, principalmente dos setores culturais norte-americanos.

Não tem havido por parte dos órgãos governamentais um planeja¬mento efetivo e uma convocação generalizada em favor da Língua Pátria, que tem recebido permanentemente dois tipos de agressões: de um lado a importação demasiada de vocábulos estrangeiros, sobretudo o inglês norte-americano, e um certo afrouxamento na proteção que deve haver para com as nossas tradicionais regras de linguagem.

É tão grave a infiltração dos vocábulos norte-americanos entre nós que, dentro do próprio Parlamento, apesar de justos protestos, se incluem nos textos da lei termos ianques com a maior tranquilidade, como se fossem vocábulos já inseridos em nossa existência linguística.

Em um País com as dimensões do Brasil, onde ocorre a presença de termos regionais e modos de falar de forma diferenciada, a presença da terminologia estrangeira representa um risco para a identidade brasileira, o que provocará graves dificuldades para a própria comunicação sob a linguagem nacional. Também é muito séria a questão das indecisões e desentendimentos gramaticais quanto à regra do escrever e mesmo do falar, entre certos autores e até professores, divergindo dos nossos dicionários clássicos e da gramática tradicional. Tal atitude poderá também resultar em danos seriíssimos aos meios comunicativos do País, com reflexos até mesmo na vida social, econômica e política.

A cultura nacional precisa, como ocorre em outros países, alcançar o respeito expressivo para com o nosso modo de escrever, de falar a língua portuguesa, e de nos comunicarmos em qualquer veículo de informação.

Essa significativa exigência, que tem um caráter sociológico, há de se ligar a outra, como a do conhecimento da História Pátria, em que norte-americanos são exemplos magníficos, quando exigem, na salas de aula das escolas correspondentes ao nosso Ensino Fundamental e Médio, uma memorização profunda da História do seu País. Sabem muito bem eles que a Língua e a História são peças fundamentais para a formação efetiva de uma cultura, para manter os valores da nacionalidade e para fortalecer o País no conceito internacional.

Nenhum comentário: