sexta-feira, 19 de junho de 2020

Bolsonaro e o presidencialismo de confronto


Saiu publicado no “Estado de São Paulo” um comentário sobre a situação política do país. O importante jornal paulista focaliza o chamado “presidencialismo de confronto” dando a entender que o presidente Bolsonaro seja responsável pelo confronto com os outros poderes da República.

Na realidade, os apoiadores de Bolsonaro saem as ruas com o intuito de defende-lo contra os grupos de violenta oposição ao seu governo que começam a se articular pelo país. O que ocorre é a presença de uma mentalidade que não compreende o regime presidencialista que, onde existe, a figura principal destacada é do presidente da República. Em qualquer país sul-americano isso fica evidenciado e, se as oposições ao presidente ficam violentas e ameaçadoras como está acontecendo hoje no Brasil, isto se deve, também, as falhas do sistema presidencialista e daí algumas tendências parlamentaristas

Em todos países, o Presidente tem um partido forte que o defende e prestigia. Ocorre que no Brasil, hoje, Bolsonaro é um fato histórico único, sendo um candidato a presidência sem apoio dos partidos, apenas com o apoio da maioria do povo que o elegeu presidente da República, vencendo o passado petista.

Alguns setores dos outros poderes da República que deviam respeitar o Presidente de acordo com a Constituição, fazem o contrário e estão aproveitando o atual momento em que ele não tem um partido forte lhe apoiando, como acontecia nos governos corruptos de Dilma e de Lula e criam conhecidas dificuldades. Então, esses poderes da República que nunca viveram um cenário como este, com um presidente nessas condições, se sentem livres para tomar no STF e no Congresso Nacional atitudes estranhas e negativas juntando-se aos grupos econômicos que se sentem frustrados por não ter como roubar ou desviar dinheiros públicos, como ocorria nos governos anteriores.

Não há contra Bolsonaro, ou seus auxiliares mais diretos, qualquer denúncia ou acusações de desvios dos dinheiros públicos que, no passado, constituem exemplos historicamente vergonhosos, como comprovam os processos da lava jato e outros muitos conhecidos no país.

Hoje no nosso país, os poderes da ordem constitucional procuram fazer confronto com o presidente da República, através de várias atitudes que enfraquecem o sistema presidencialista que a Constituição consagra.

No meio do confronto contra o presidente da República, com ajuda dos grupos econômicos que recebiam dos governos anteriores empréstimos e desvio dos dinheiros públicos, tudo revela, infelizmente, que o nosso sistema presidencialista não se adapta ao comportamento das nossas elites políticas, quando há uma eleição em que as forças populares sem partidos e sem grupos econômicos interessados, elegem um candidato presidencial, isolado das velhas e tradicionais forças partidárias já ultrapassadas.

A eleição vitoriosa de Bolsonaro, só contando com o povo, sem partidos e grupos econômicos e sem práticas abusivas dos pleitos eleitorais, cria no nosso país um cenário desconhecido e liberto das forças liberais que gostam de se aproveitar do poder e ainda das forças populistas compradas que disputavam os pleitos eleitorais.

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